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A conquista de um sonho impossível

Ômar Souki

Hoje pela manhã fui presenteado no facebook com a história de Richard Williams e suas duas filhas, Vênus e Serena. Em 1980, ele viu na TV uma tenista romena receber U$ 40 mil por ganhar um torneio. Era mais do que ele ganhava em um ano. Isso o motivou a escrever um arrojado plano de 78 páginas. Ali ele explicava o que pretendia fazer para que suas filhas, ainda não nascidas, conquistassem as quadras do mundo.

Ele era negro, sem dinheiro, e ainda por cima morava em Compton, na California, uma das regiões mais perigosas dos Estados Unidos. Durante cinco anos devorou revistas e assistiu vídeos, aprendendo a jogar tênis sozinho. Depois ensinou às suas filhas. O plano começou a sair do papel.

Ia até os clubes da cidade e pegava bolas usadas. Treinava as filhas em quadras públicas, enfrentando a resistência e a zombaria de jogadores brancos. O tênis é um esporte de brancos, elitista e fechado, e Richard e suas duas filhas eram olhados com desprezo. Quando suas filhas lhe perguntavam a razão dessa atitude, ele respondia simplesmente: “Porque eles não estão acostumados a ver pessoas tão bonitas”. Respondia aos insultos intensificando os treinos.

O resultado do planejamento e da dedicação de Richard veio 20 anos depois no torneio de Wimbledon, na Inglaterra, em 2000. Vênus ganhou o seu primeiro prêmio e o pai “dançou com lágrimas nos olhos”. Depois foi a vez de Serena que conquistou 23 títulos. Antes de atingirem a glória, Richard costumava dizer-lhes: “Um dia ganharemos Wimbledon, e não será por nós. Será pelos pobres e desamparados da América”.

Uma publicação da revista Veja de 10 de janeiro de 2022, afirma: “Serena Williams é uma das maiores tenistas de todos os tempos, e sua irmã Vênus não fica para trás no talento. Jogando em dupla ou nas categorias individuais, a duas estabeleceram uma dinastia no esporte que começou com um plano quase profético do pai. […] Essa história ganhou as telas do cinema em King Richard: Criando Campeãs”.  

Pelo que li a respeito de Richard Williams acho pouco provável que ele tenha se inspirado nas Escrituras para levar seu planejamento adiante. Mas, com certeza, consciente ou inconscientemente, ele seguiu à risca a agem que diz o seguinte: “Peça e você receberá. Busque e encontrará. Bata e a porta se lhe abrirá” (Mateus 7, 7).  Ao escrever seu planejamento para o sucesso das filhas ele, não só estava pedindo, mas estava declarando o que desejava receber. Ao ler as revistas e assistir vídeos sobre o esporte, estava procurando. E, quando se dedicou a aprender a jogar tênis, estava batendo à porta, isto é, estava agindo—se movimentando—na direção da realização daquele sonho praticamente impossível.

Quantas pessoas têm sonhos impossíveis—que até escrevem e falam sobre eles—mas que jamais saem do papel? Será porque isso acontece? Porque falta a entrega, porque elas apenas sonham, mas não buscam nem batem à porta. Aprenda com Richard e suas duas filhas e, sempre que estiver sonhando demais, lembre-se de que—para que seu sonho se realize—é de suma importância que você busque com determinação e se movimente com paixão.

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