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Sejam perfeitos…

Ômar Souki

Será que Jesus está pedindo o impossível quando nos pede para sermos perfeitos como o nosso Pai Celeste é perfeito (Mateus 5, 48)? A primeira vista isso me parece paradoxal, principalmente se comparado com uma outra agem onde ele nos chama de maus: “Se vocês, pois, que são maus, sabem dar boas coisas a seus filhos, quanto mais seu Pai Celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mateus 7, 11).

A chave para desvendar essa aparente contradição está no entendimento da condição humana. De fato, se agirmos de acordo com as regras do mundo seremos maus. E, mesmo sendo maus, sabemos oferecer coisas boas a nossos filhos. Mas, para transcendermos essa condição, Jesus nos pede para fazer algo que pode até nos parecer impossível: amar nossos inimigos. “Amem os seus inimigos e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim, se tornarão filhos do Pai de vocês que está nos Céus, porque ele fez nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5, 44-45). A lógica da perfeição não pertence, portanto, a este mundo, mas sim ao vindouro. Quando contemplamos o que nos aguarda do lado de lá, todo sacrifício se justifica: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (I Coríntios 2, 9).

Maggie, uma mulher de 70 anos, da cidade de Greenville na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, teve uma experiência de quase morte (EQM), na qual foi levada até o Céu. Encontrou-se com o seu falecido marido, Alex, que pegou em sua mão e lhe mostrou vários momentos de sua vida. Ela viu o casamento deles, o nascimento dos filhos e todos os momentos de alegria e de tristeza que tinham moldado sua existência. Compreendeu que, mesmo as situações mais difíceis, tinham um significado. Foi, então, envolvida por uma sensação de amor incondicional que aquecia todo o seu ser.

Depois dessa experiência, decidiu entrar em contato com antigos amigos e conhecidos, que não via há muito tempo. Uma das pessoas foi justamente um colega com o qual teve um desentendimento. Escreveu-lhe uma carta pedindo perdão. Como resposta recebeu uma ligação sugerindo que se encontrassem pessoalmente. Durante a conversa, um peso foi tirado de suas costas e fizeram as pazes. Ela, então, compreendeu que a vida é muito curta para ficar remoendo mágoas antigas. Percebeu com clareza a importância do perdão, da gratidão e do amor. Cada dia ou a ser para ela uma nova oportunidade de viver intensamente e de amar sem medidas.

A vivência de Maggie é um exemplo do que ocorre com as pessoas que têm o privilégio de ir para o Céu e voltar para contar o que lhes aconteceu. Em geral, têm uma revisão de vida na qual lhes é mostrado que cada pensamento, sentimento, palavra e ação ficam registrados em nosso livro da vida. Que tudo tem uma consequência, seja positiva ou negativa. E fica claro que o caminho da perfeição—aquele que nos conduzirá permanente ao Céu—é justamente aquele enfatizado por Jesus: o amor a todos, sejam eles amigos ou inimigos!

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