Divinópolis

A Cantautora e Guardiã da Memória Luiza da Iola Lança Single e Clipe de Animação “Yapuã”

Existem cantautoras que nascem para cantar palavras ancestrais e conectar o voo do ado com o futuro, e Luiza da Iola é uma delas. Como guardiã da memória, Luiza busca manter vivo e ível o conhecimento e o legado dos saberes ancestrais. O single “Yapuã” começou a ser produzido em 2022, em parceria com Miguel Javaral, que é produtor e diretor musical da cantora desde 2016. Motivada por suas pesquisas históricas, Luiza decidiu criar um álbum conceitual, abordando temas sobre sua história individual e coletiva. Nas palavras da artista, a obra inicia-se com o prelúdio intitulado “Yapuã”, cuja corruptela “Yapuão” seria uma das hipóteses para a origem do nome “Japão” de Oliveira, antigo povoado de Carmópolis de Minas, terra natal de Luiza.

Baseando-se na ornitologia, Luiza fundamentou os versos e criou a introdução e o arranjo musical a partir de samples dos cantos dos pássaros Japu e Bicudo. O single conta com a participação especial de Dgar Siqueira (Bloco Afro Magia Negra, Jorge Band). A atmosfera da canção evoca a mata e seus cantos, narrando a história de um pássaro que resiste ao tempo em meio a batalhas e se torna símbolo de resistência até o presente.

O clipe de animação narra a saga do pássaro mítico ancestral de Tupanuara, Yapuã, inspirado no conto amazônico do guerreiro Japu, que traz o fogo à terra e é transformado em pássaro. Esse mito é semelhante ao de Oxum, a divindade iorubá que traz a água à terra. A animação também faz referência ao símbolo Sankofa Adinkra, que representa um pássaro olhando para trás e carregando um ovo no bico, simbolizando o futuro. Esse símbolo significa algo como “volte e pegue” ou “voltar para buscar”.

A partir da pesquisa da artista e educadora Luiza da Iola, o roteiro, a ilustração e a animação ficaram a cargo de Robert Frank (Quartos Infinito). Robert, que teve seu nome inspirado no renomado fotógrafo norte-americano, transita entre a música, as artes plásticas e as cênicas. Nas artes visuais, ele tem produzido e exposto aquarelas e telas em galerias de Belo Horizonte e tem trabalhos distribuídos na Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca e Argentina.

A letra da canção faz reverência a dois pássaros pretos muito populares na região: o Japu e o Bicudo. O pássaro Bicudo, que deu origem ao nome de uma comunidade rural majoritariamente negra e que poderia inclusive ser considerada como remanescente de Kilombu (o termo tem origem no Kimbundu, língua banto falada em Angola, onde a palavra “kilombu” significava um acampamento militar ou uma aldeia). Infelizmente, está na lista vermelha global de espécies ameaçadas, avaliada como ‘Criticamente em Perigo’ pelo Ministério do Meio Ambiente. Devido à perseguição e degradação de habitat, a espécie sofreu um declínio drástico, com menos de 100 bicudos livres na natureza e já sendo considerada extinta em alguns estados brasileiros. A animação visa envolver o público com referências afro-indígenas e contribuir para a implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08, promovendo a educação para relações étnico-raciais.

Para Da Iola, “se há uma palavra que resume Yapuã, é exatamente ‘Ornitografia’ (caligrafia da natureza, que se refere à trajetória de voo dos pássaros e às suas s visuais congeladas no céu). Recentemente, descobri esse termo, cunhado pelo fotógrafo espanhol Xavi Bou, graças à minha assessora de imprensa Ana Paula Silva. Acredito que esse conceito se aplica perfeitamente aos povos cujas histórias foram apagadas, mas cujas pegadas seguem gravadas no tempo. Yapuã tem a missão de grafar essas histórias no céu e no tempo, para que ninguém se esqueça de quem pisou nesta terra antes de nós. Olhem para cima!”

Lançamento Oficial do Clipe e do Single

O evento de lançamento terá dois momentos: o primeiro é um pré-lançamento, onde a artista realizará exibições e sessões comentadas em quatro escolas públicas do município, promovendo a educação para as relações étnico-raciais e utilizando a obra como material didático. O segundo momento será o lançamento oficial do clipe animado no YouTube e a disponibilização do single em todas as plataformas digitais, previsto para o dia 27 de setembro.

Sobre a Lei Paulo Gustavo

O single foi contemplado no EDITAL Nº 02-2024 – FOMENTO À EXECUÇÃO DE AÇÕES CULTURAIS e finalizado em 2024 graças à Lei Complementar nº 195, de 08 de julho de 2022. Essa lei, conhecida como Lei Paulo Gustavo, foi criada para incentivar a cultura e garantir ações emergenciais, especialmente devido ao impacto da pandemia de Covid-19 no setor cultural. Ela direciona R$ 3,86 bilhões do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura para estados, municípios e o Distrito Federal, com o objetivo de fomentar atividades e produtos culturais. A proposta do clipe de animação foi contemplada no EDITAL Nº 01 – 2024 – APOIO AO AUDIOVISUAL.

Sobre a Cantautora e Guardiã da Memória

Luiza da Iola (pronuncia-se da iôla) homenageia as mães da guardiã da memória: Lúcia Maria de Oliveira (quem lhe deu a vida e o nome) e Elvira de Oliveira (Iola), quem a criou e fez dela uma dama da sociedade. Natural de Tupanuara (Carmópolis de Minas) – nome sugerido durante o processo de emancipação política e istrativa do município e que Luiza adotou desde 2019 para reverenciar os povos originários que ocupavam o território antes da invasão. Sua trajetória artística começou em 2001, quando sua voz marcante já refletia ancestralidade e ela venceu festivais de música na região centro-oeste. Além de seu trabalho solo, Luiza integra o projeto cantopoemas “Interioranas” em parceria com a poeta novalimense Nívea Sabino.

Desde 2014, da Iola vem pesquisando a influência africana na música brasileira, latino-americana e americana, identificando seu gênero musical como Afropop, conceito cunhado por Margareth Menezes que mistura ritmos afro-brasileiros com sonoridades pop mundiais. Em 2015, idealizou o movimento educador sócio-artístico-cultural “NÓS TEMOS UM SONHO”, cuja primeira ação foi o canto manifesto “Deixa o Erê Viver”, com participações de diversos artistas. Em 2016, participou do projeto musical de afro-brasilidades “Terra Negra”. Luiza é graduada em pedagogia e atua como defensora dos direitos humanos de crianças e juventudes desde 2015, integrando o Nzinga Coletivo de Mulheres Negras, a articulação nacional Primeira Infância sem Racismo, o grupo gestor da Rede Primeira Infância de MG e o Programa Girls Act.

O reconhecimento e pertencimento como guardiã da memória vêm junto com o legado no Reinado Perpétuo de Nossa Senhora do Rosário, assumido em 23 de setembro de 2018 em Carmópolis de Minas. Luiza se intitula cantautora porque acredita que há cantoras que nascem para cantar palavras ancestrais e trazer o ado para encontrar o presente e o futuro. Suas referências musicais comungam desse lugar de pertencimento, desde os toques e sonoridades sagradas dos reinados e do candomblé na infância, aos discos variados que sua mãe Iola ouvia, especialmente nas manhãs dominicais. Ela também foi influenciada pelos cantos litúrgicos nos corais da igreja católica e pelo Gospel, blues, soul e jazz que conheceu através dos filmes da sessão da tarde. Entre suas principais influências estão Tracy Chapman e Cássia Eller.

Redes sociais de Luiza da Iola

https://www.youtube.com/c/LUIZADAIOLA
https://www.instagram.com/luizadaiola/
http://luizadaiola.com/

Foto em Preto e Branco – Randy Vieira

Fonte: Assessoria de Imprensa

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