Vereador de Divinópolis defende Casa de Apoio em BH: “queremos humanizar essa situação”

É madrugada quando os pacientes do SUS de Divinópolis se alinham em frente ao Restaurante Popular para entrar no ônibus. O destino é Belo Horizonte, onde possuem consultas e/ou procedimentos agendados. Quando chegam à capital, porém, não contam com nenhum espaço para recebê-los. Antes e após os procedimentos ficam à espera do tempo ar. Uma proposta, no entanto, pretende humanizar e dar mais dignidade aos pacientes. O vereador Rodyson do Zé Milton (PV) defende, desde o início do mandato, a instalação de uma Casa de Apoio na capital. A casa servirá de acolhimento aos pacientes antes e após os atendimentos, com camas para descanso e refeições, do café da manhã ao jantar, inclusive para o motorista.
Experiência positiva
Outras cidades já aderiram à iniciativa e possuem Casa de Apoio em Divinópolis, referência de Saúde para a macrorregião Oeste, e até mesmo em Belo Horizonte. O edil visitou algumas estruturas para ver de perto a viabilidade da proposta. “A Casa de Apoio, sem dúvida nenhuma, é uma necessidade de todos aqueles que precisam ir à capital Belo Horizonte para fazer algum tratamento de saúde. É um transtorno, um sacrifício, um sofrimento. (…) O paciente está doente. Ele não está em Belo Horizonte fazendo turismo, ele vai por necessidade”, destaca Rodyson. O objetivo, segundo ele, é humanizar a situação, e dar mais dignidade à população. “A consulta dele pode ser às 14h, mas o paciente tem que ir às 3h da manhã”, detalha sobre a realidade enfrentada pelos pacientes.
Conforto e segurança
Com a estrutura, os pacientes chegariam à Casa de Apoio, onde poderiam descansar e fazer refeições até o horário da consulta. Um carro ficaria à disposição para levá-los e buscá-los dos hospitais e clínicas no horário agendado, sem a necessidade de esperar por horas em pé ou sentado em locais desconfortáveis, ou por vezes até mesmo do lado de fora, expostos ao sol e à chuva. “Às vezes, a pessoa é até internada e o acompanhante tem que ficar. E uma diária, em qualquer pensão de BH, é R$ 120 a R$ 150. Se a pessoa não teve condição de almoçar, de tomar um café, vai pagar uma diária? Não tem jeito, é um sacrifício muito grande”, ressalta.
Importância
O vereador tem ouvido relatos da população que encara essa dura realidade. Um morador do bairro Afonso Pena, por exemplo, contou sobre sua experiência há cerca de cinco anos. “Tive que ir a Belo Horizonte umas três vezes. (…) É um sofrimento, é muito triste. Eu tinha condições de pagar um almoço, um café, mas gente perto de mim não tinha condições de comer um pão. Eu tive que ajudar do meu bolso”, detalhou. Por fim, Rodyson ressalta a importância da estrutura para dar apoio aos pacientes. “Essa Casa de Apoio seria um grande avanço, uma grande conquista, para a população que tanto precisa”, conclui.