Professor é acusado de injúria racial contra aluna durante ensaio teatral em escola de Divinópolis
Estudante de 17 anos teria sido constrangida por causa do cabelo; caso foi registrado pela PM e será investigado.

Um professor de 63 anos foi conduzido à delegacia após ser acusado de injúria racial contra uma aluna de 17 anos, durante um ensaio de peça teatral na Escola Estadual Armando Nogueira Soares, no bairro São Judas Tadeu, em Divinópolis. A ocorrência foi registrada na manhã desta quarta-feira (30). Segundo relato da vítima, durante os preparativos para a apresentação de um trabalho escolar, o professor teria questionado a participação da estudante no papel da personagem Chiquinha, do seriado Chaves, alegando que o cabelo crespo da aluna dificultaria a caracterização. Ele teria sugerido que o papel fosse interpretado por outra estudante, de cabelo liso, por considerar mais adequado ao figurino. A fala do professor, feita diante de outras pessoas, deixou a aluna abalada emocionalmente. Mesmo após ser mantida no papel da personagem e participar da apresentação, ela permaneceu visivelmente triste e buscou apoio com outra professora, que acionou os pais da estudante. A Polícia Militar foi chamada, e um boletim de ocorrência foi registrado por possível prática de injúria racial. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil, que dará continuidade às investigações. Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informou que após o ocorrido, a direção agiu prontamente e tomou as devidas providências. Uma reunião foi realizada com a aluna e os responsáveis. A Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Divinópolis acionou o Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE) para acompanhar a estudante. A secretaria informou ainda que realiza ações de prevenção e conscientização durante o ano letivo, por meio do Projeto Socioemocional e Convivência Democrática, que instituiu a política estadual de promoção da paz no ambiente escolar. As ações incluem rodas de conversa sobre equidade e palestras sobre bullying. As iniciativas visam combater o racismo, promover a diversidade e reforçar o respeito mútuo entre todos os membros da comunidade escolar. A SEE repudiou os atos como esse e reiterou o compromisso em proporcionar um ambiente educacional livre de discriminação e preconceito. “A educação deve ser um espaço de respeito, diversidade e igualdade”, afirmou a secretaria.
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