Minas Gerais

Frio chega ao Centro-Oeste de Minas e produtores se preparam para minimizar impactos no campo

Com a chegada do frio no final do outono, produtores rurais do Centro-Oeste de Minas intensificam os cuidados para proteger suas lavouras das variações climáticas típicas desta época do ano. A região, tradicionalmente propícia ao cultivo de frutas, legumes e verduras durante o outono e o inverno, enfrenta desafios com a queda das temperaturas e a instabilidade hídrica. Entre as culturas mais comuns nesta estação estão abóbora, abobrinha, berinjela, tomate, cenoura, espinafre, feijão-vagem, jiló, pepino, pimentão, quiabo e rabanete. A aveia também tem destaque como opção estratégica, por se adaptar bem ao clima seco e ameno da região. De acordo com Vinicius Teixeira Lemos, professor do curso de Agronomia do Centro Universitário Una Bom Despacho e consultor técnico, oscilações nos fatores climáticos — especialmente relacionadas à água — podem impactar diretamente a produtividade. “A estiagem seguida por excesso de chuvas pode provocar queda de flores, redução do peso dos grãos e, consequentemente, queda na produção”, explica. Algumas culturas são particularmente sensíveis à deficiência hídrica. “No feijão, por exemplo, a falta de água cerca de 15 dias antes do florescimento compromete o número de vagens e sementes. No arroz, causa aumento da esterilidade das flores e, na fase de enchimento, interfere no peso dos grãos. Já o milho tende a apresentar espigas mal granadas em situações semelhantes”, detalha o especialista. Lemos também alerta para os riscos do frio intenso nas forrageiras tropicais, como Mombaça e braquiária. “Temperaturas baixas ou geadas no período reprodutivo podem prejudicar, ou até inviabilizar, a produção de sementes”, destaca. Em hortaliças como tomate e pimentão, o clima também é fator limitante. “Temperaturas entre 10°C e 15°C reduzem a floração do pimentão, enquanto valores mais elevados (21°C a 27°C) estimulam a emissão de flores, mas aumentam a taxa de queda. Já temperaturas médias, de 15°C a 21°C, favorecem o pegamento dos frutos, por promoverem pedicelos mais longos”, completa. O professor reforça a importância do acompanhamento das previsões climáticas e do histórico meteorológico da região. “Mapear as épocas mais adequadas para o cultivo de grãos, hortaliças e forrageiras aumenta a probabilidade de sucesso. Planejamentos bem estruturados, levando em conta temperatura, chuvas, radiação solar e fotoperíodo, são fundamentais para a qualidade e o rendimento da produção, especialmente nas culturas irrigadas ou em estufas”, finaliza.

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