A conquista da paz

Ômar Souki
“Escutem! Eu vim de muito longe, não com planos de usurpador, nem com a violência do conquistador. Eu vim somente para ser o Salvador de suas almas. O domínio, as riquezas, os cargos, não me seduzem. Tudo isso para mim é nada, nem olho para isso. Ou melhor, eu só olho para os que os possuem para ter dó deles, pois fazem compadecer-me. São tantas outras correntes para conservarem prisioneiro o espírito deles, impedindo-o de ir ao Senhor Eterno, Único, Universal, Santo e Bendito. Eu olho para todos esses, e me aproximo deles, como quem tem de lidar com as maiores misérias. E procuro curá-los do seu fascinante e cruel engano, que seduz os filhos do homem, para que eles possam usar de suas coisas com justiça e santidade, não como umas armas cruéis, que ferem e matam o homem, e até, em primeiro lugar, o espírito de quem não usa delas retamente. […]
“Portanto, o fim do homem é conquistar a paz na outra vida. Não certas coisas como a folgança, a usura, a prepotência, o prazer, que sendo por tão pouco tempo, são coisas que nem podem ser levadas em conta, em comparação com uma eternidade de tormentos bem duros. […] No entanto, Deus perdoa, se a alma renuncia à sua má ação e faz o propósito de procurar chegar, por todo o resto de sua vida, ao verdadeiro fim do homem, que é conquistar para si a paz eterna no Reino do verdadeiro Deus” (Maria Valtorta, O Evangelho como me foi revelado, vol. 5, pp. 206-207).
Jesus revelou para Maria Valtorta, uma mística italiana, detalhes de seu dia a dia. No texto acima, o Mestre dos mestres, aponta para o objetivo de nossa existência: “conquistar a paz na outra vida”. Mas, isso não é uma tarefa fácil, pois somos fracos e caímos facilmente. Somente conseguiremos a serenidade com a ajuda de Deus. Por isso, devemos recorrer com frequência à Misericórdia Divina, como Jesus explicou a Santa Faustina:
01. “No tribunal da misericórdia continuo a realizar os meus maiores prodígios que se renovam sem cessar. […] Basta aproximar-se com fé dos pés do meu representante e confessar-lhe a própria miséria. O milagre da Misericórdia de Deus se manifestará em toda a plenitude” (Diário, § 1448).
02. “Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele recorre à inescrutável Misericórdia. Escreve: Antes de vir como justo Juiz, abro de par em par as portas da minha Misericórdia. Quem não quiser ar pela porta da minha Misericórdia, terá de ar pela porta da minha justiça” (Diário, § 1146).
03. “Quando somos misericordiosos com os outros, estamos refletindo a Misericórdia de Deus e levando sua presença ao mundo. Eu lhe indico três maneiras de praticar a Misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração” (Diário, §742).
04. “Nada é tão grande que a Misericórdia de Deus não possa perdoar. Não há pecado que possa ser mais pesado do que a Misericórdia de Deus” (Diário, § 1146).