Minas Gerais

MPMG investiga médicos por manipulação de escalas e irregularidades no SUS em Minas Gerais

Nesta quinta-feira (12), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu inicio a operação ‘Onipresença’, que resultou no cumprimento de quatro mandados de prisão temporária contra médicos, além de seis ordens de afastamento das funções e 20 mandados de busca e apreensão.  As ações ocorreram em dois hospitais e uma clínica de anestesiologia nas cidades de Leopoldina e Além Paraíba, na Zona da Mata mineira.

A investigação revelou que, pelo menos, quatro médicos da Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina, são suspeitos de praticar diversas irregularidades, incluindo a manipulação de escalas de plantão, realização de cirurgias particulares durante plantões de urgência e emergência do SUS e ocultação de erros médicos.

Durante a operação, os agentes apreenderam documentos falsificados que indicavam a realização de plantões simultâneos em hospitais localizados a 55 km de distância entre si.

Apreensões e declarações

Na casa de três médicos, o Ministério Público encontrou quase R$ 500 mil em espécie. Em um dos imóveis, também foram apreendidas cinco armas de fogo sem registro.

“Começou com a participação desses agentes em lugares distintos do mesmo hospital, ou seja, o sujeito fazendo um plantão em uma unidade do hospital e depois em outra unidade ao mesmo tempo. A conduta se expandiu para plantões em hospitais diferentes, distantes cerca de 60 km uns dos outros”, explicou o coordenador do Gaeco, Breno Coelho.

Segundo o coordenador, os envolvidos agiam com plena consciência das irregularidades. “Eles tinham plena ciência do que estavam fazendo e, muitas vezes, zombavam da situação, acreditando que conseguiriam manipular as escalas e ocultar informações essenciais para a fiscalização”, afirmou.

Possíveis crimes e consequências

Os médicos presos poderão responder pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, associação criminosa, entre outros. Após a operação, os quatro foram encaminhados para o presídio de Leopoldina.

Além disso, a provedora da Casa de Caridade Leopoldinense, Vera Maria do Valle Pires, e a diretora técnica do hospital, Dr.ª Donata, foram afastadas dos cargos. Em nota, o departamento jurídico da Casa de Caridade informou que está tomando todas as providências cabíveis para esclarecer os fatos. “Incluindo o pedido de vistas aos autos do processo e dos inquéritos investigativos, visando compreender plenamente os fatos e colaborar com a Justiça”.

Nota oficial da Casa de Caridade Leopoldinense

“Recebemos com surpresa e tristeza a notícia do afastamento de nossa provedora, Vera Maria do Valle Pires, e da diretora técnica, Dra. Donata. Segundo informações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os afastamentos foram determinados para preservar ambas durante o curso das investigações. No momento, a provedoria será assumida pelo Sr. Antônio de Souza Filho, atual secretário da instituição. Reforçamos que nosso departamento jurídico está tomando todas as providências necessárias, incluindo o pedido de vistas aos autos do processo e dos inquéritos investigativos, visando compreender plenamente os fatos e colaborar com a Justiça. A Casa de Caridade Leopoldinense reafirma seu compromisso com a transparência, com o esclarecimento dos fatos e com a plena colaboração junto ao MPMG e à Justiça. Nossa prioridade é manter o funcionamento normal do hospital, assegurando o atendimento à população de Leopoldina e região, cumprindo com a missão de oferecer serviços de saúde de qualidade. Reiteramos nossa confiança nas instituições democráticas e no devido processo legal, e aguardamos que os fatos sejam devidamente esclarecidos. Pedimos à comunidade que nos acompanhe com serenidade neste momento desafiador, certos de que continuaremos trabalhando incansavelmente pelo bem-estar de todos os que confiam e necessitam de nosso trabalho”.

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