Liberdade e responsabilidade

Ômar Souki
Liberdade e responsabilidade devem andar juntas para termos uma vida saudável. Desfrutamos do livre arbítrio, um dom que nos foi dado pelo Criador. Podemos fazer nossas escolhas à vontade, jamais nos esquecendo das consequências. Somos livres para plantar, mas obrigados a colher. Quando jovens superestimamos nossa liberdade e subestimamos os resultados. Ao agirmos levianamente, pensando somente em nós, colhemos frutos amargos. Decidimos, então, investir mais em nossa educação e, depois de muito esforço, chegamos ao nível de ações boas. Os resultados, porém, são medíocres, pois ser bom é o que se espera de todos. Resolvemos, então, investir pesado em nosso desenvolvimento pessoal, e as nossas ações am de boas para excelentes. Mas, a natureza não dá saltos e os resultados am de medíocres para bons. Chegamos à conclusão de que precisamos nos preparar ainda mais, e fazer com que as nossas ações em de excelentes para extraordinárias. Descobrimos que o salto do excelente para o extraordinário é o menor de todos, pois ações extraordinárias são o resultado da excelência introjetada.
Quando nos habituamos a exigir de nós nada menos do que a excelência—não importa qual seja a ação realizada—chegamos, então, ao nível de ações extraordinárias que, por sua vez, produzem resultados excelentes. Daí o pedido de Jesus: “Sejam perfeitos como o Pai de vocês é perfeito” (Mateus 5, 48). De acordo com Viktor Frankl, criador da logoterapia, “a espécie humana é condenada a ser responsável e deseja ser construtora de sua vida num clima de responsabilidade viva e engajada, que progrida de forma paralela com a libertação pessoal. […] Consciência, liberdade e responsabilidade são trindade inseparável que podem adquirir significado quando consideradas juntas. […] São qualidades do ser humano e só podem ser compreendidas como manifestação do homem no mundo. São comportamentos, e não palavras” (José Gomes, Logoterapia, pp. 48-49).
“Liberdade é a capacidade de agir e fazer escolhas de acordo com a própria vontade, sem restrições externas. É um direito fundamental que permite às pessoas serem autônomas e exercerem sua individualidade. No entanto, a liberdade também implica em assumir as consequências de nossas ações e decisões. Por outro lado, a responsabilidade envolve o dever de responder por nossas ações e escolhas, assumindo as consequências e cumprindo com nossas obrigações. É a consciência de que somos responsáveis não apenas por nós mesmos, mas também pelo impacto de nossas ações na sociedade e no meio ambiente. […] Portanto, para alcançar um desenvolvimento pessoal e social saudável, é fundamental compreender e praticar a relação entre liberdade e responsabilidade. Devemos exercer nossa liberdade com consciência e responsabilidade, considerando sempre o impacto de nossas ações no mundo ao nosso redor” (maestrovirtuale.com).
O ensino religioso, desde a mais tenra idade, nos torna conscientes de que somos responsáveis por nossas ações. Somos convidados a fazer exames de consciência e a refletir sobre a seriedade de cada um de nossos atos com relação ao próximo e à natureza. É um aprendizado, muitas vezes esquecido, mas que deveria permanecer ao longo de nossa vida, pois, como diz a sabedoria popular: “a plantação é livre, mas a colheita é obrigatória!”.