Tragédia de Brumadinho: depois de seis anos, bombeiros ainda procuram por três vítimas

A tragédia de Brumadinho completa seis anos neste sábado (25), com três vítimas ainda não identificadas. Até hoje, os Bombeiros procuram por Maria de Lourdes, Tiago Tadeu e Natália Porto. Mas este pode ser o último aniversário da tragédia com os trabalhos acontecendo, já que as equipes caminham para o fim da varredura na lama de rejeito de minério despejada pela estrutura da Vale. Atualmente, oito bombeiros trabalham sete dias por semana na área de buscas. Eles se revezam em grandes esteiras que peneiram o material. O objetivo é encontrar fragmentos dos restos mortais das vítimas que possam ajudar na identificação. O Corpo de Bombeiros garante que a operação ficará ativa até varredura total de toda lama despejada da barragem. Foram mais de 10 milhões de metros cúbicos – o equivalente a 4200 piscinas olímpicas cheias. Do total, só resta vistoriar 15%, ou seja, 630 piscinas. A última vez que uma das famílias enterrou uma vítima foi no dia 20 de dezembro de 2022. São 25 meses sem uma nova identificação. Ao todo, a tragédia matou 272 pessoas, sendo que dois bebês ainda estavam sendo gerados. Dos não identificados, dois eram funcionários da Vale. Aos 25 anos, Natália Porto de Oliveira era estagiária da mineradora. Ela havia concluído o curso de técnica em mineração e estava em busca de uma consolidação profissional. Tiago Tadeu Mendes da Silva já trilhava o caminho há mais tempo. O engenheiro mecânico de 34 anos trabalhava em outra unidade da empresa e havia sido realocado na mina do Córrego de Feijão há 20 dias. A terceira vítima não encontrada é Maria de Lurdes da Costa Bueno. Malu, como era conhecida, era do interior de São Paulo. Aos 59 anos, a corretora de imóveis estava na cidade mineira a eio. Malu, o marido, os enteados e a companheira de um dos enteados estavam na Pousada Nova Estância quando a barragem rompeu. Eles iriam conhecer o museu de Inhotim e celebrar a gravidez de uma das parentes, mas a hospedaria foi levada pela lama e todos morreram. Seis anos após a tragédia, nenhum réu foi julgado. Em março de 2024, a Justiça arquivou as denúncias contra o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. O processo continuou com acusações contra 15 pessoas, dentre gestores da Vale e da Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem. As duas companhias também foram processadas. Nos últimos anos, o processo sofreu idas e vindas e acabou deixando a Justiça Estadual e ou a ser analisado pela Justiça Federal após recurso apresentado por Schvartsman e um engenheiro citado no processo. A maioria dos denunciados já apresentou suas defesas, faltando algumas poucas respostas à acusação a ser apresentadas, cujos prazos ainda não se encerraram. O o seguinte será a análise das defesas apresentadas e designação de audiências de instrução e julgamento, que ainda não têm data marcada para acontecer”, informou o TRF-6 (Tribunal Regional Federal da Sexta Região), responsável pelo caso.
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