Agilidade e sensibilidade dos profissionais do Samu em Minas fazem a diferença no atendimento à população
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência deve estar disponível em todo o território mineiro até junho de 2024

“Liguei para o Samu porque o paciente que eu acompanhava estava convulsionando. ei os dados para o atendente e o médico regulador foi me orientando em alguns procedimentos até a chegada da ambulância. Assim que a equipe chegou, já prestaram o atendimento e o levaram ao hospital. Essa ação rápida salvou a vida dele”.
Esse é o relato da enfermeira Cíntia de Jesus Nascimento, que trabalha em uma casa de repouso de Divinópolis, Centro-Oeste do estado. Assim como ela, milhares de pessoas em 735 municípios mineiros podem contar com o socorro rápido, humanizado e eficiente dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, chamados carinhosamente pela população de “os anjos das ruas”.
Minas Gerais conta, atualmente, com 12 macrorregiões com Samu 192 Regional em funcionamento e duas em fase de implantação (Centro e Triângulo do Sul). Atualmente, o Serviço tem 85% de cobertura em todo o território estadual e a previsão é de que, até junho de 2024, todos os municípios mineiros possam contar com esse atendimento.
O financiamento do Samu 192 é tripartite, ou seja, custeado pelos governos Federal, Estadual e Municipal. Em Minas Gerais, desde 2010, o Samu Regional é gerenciado por nove Consórcios Intermunicipais de Saúde. Os municípios que têm gestão plena ou que não regionalizaram o atendimento, coordenam o serviço em seus territórios. A frota atual do estado é composta por 372 ambulâncias, seis helicópteros e dois aviões do e Aéreo Avançado de Vida (Saav), parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
A coordenadora estadual de Atenção das Urgências e Emergências da SES-MG, Ana Elisa Machado da Fonseca, explica o funcionamento do serviço. “O Samu tem como premissa chegar ao local do incidente e prestar o atendimento às vítimas de urgência e emergência no menor tempo possível. A ambulância é equipada com todos os itens necessários à redução de traumas e para salvar a vida dos pacientes”, informa.
“Quando a ligação do 192 é recebida na Central de Regulação, os atendentes pegam os dados do paciente e verificam qual é a unidade móvel mais próxima do local. O médico regulador verifica a necessidade e encaminha a ambulância que melhor poderá atender àquele caso. Depois de estabilizar o paciente, a equipe vai transportá-lo até o ponto mais próximo de atenção da rede de urgência e emergência, para que seja dada continuidade no atendimento da vítima”, detalha.

O Samu é o componente móvel da Rede de Urgência e Emergência e estende seus cuidados a diversos cenários, abarcando desde questões clínicas, cirúrgicas e traumáticas até situações obstétricas, pediátricas e psiquiátricas.
As equipes são compostas por condutores de ambulância, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos, que atendem em residências, vias públicas e locais de trabalho, e fornecem orientações vitais por telefone, por meio do número gratuito 192, disponível 24 horas por dia sete dias por semana. Nos primeiros seis meses de 2023, o Samu 192 Regional registrou o atendimento a 183.184 chamados em todo o estado.
De acordo com Michelle Tibúrcio, médica reguladora e intervencionista do Samu 192, a central é parte fundamental do atendimento à população.
“Aqui, todas as chamadas dos municípios que integram o consórcio são atendidas por um dos médicos reguladores e, a partir daí, direcionamos o atendimento. Orientamos o solicitante ou a equipe que está sendo encaminhada até o local do incidente, por telefone. Auxiliamos todas as equipes que estão no atendimento nas viaturas, sejam as Unidades de e Básico ou as Unidades do e Avançado, ajudando no que for necessário. Também recebemos chamados de transferências inter hospitalares, por vagas reguladas pelo SUSFácil e levamos ao paciente o recurso que ele precisa, tanto auxiliando na regulação da vaga, quanto atuando no transporte para essa transferência”, ressalta.
Anjos das ruas
Quem já precisou chamar o Samu 192 também elogia o serviço e o atendimento recebido por parte da equipe das ambulâncias e da Central de Regulação. Como profissional de uma casa de repouso, a enfermeira Cíntia de Jesus Nascimento já precisou acionar o Samu algumas vezes. “Tive várias experiências com o atendimento das equipes de socorristas. Em um desses casos, eu precisava de auxílio com uma idosa que eu acompanhava. Somente com a orientação do médico regulador, por telefone, eu consegui resolver. A ambulância chegou logo depois, com a técnica de enfermagem para prestar atendimento, mas não foi necessário conduzir a paciente ao hospital”, conta.

O motorista Hélio de Souza também precisou do atendimento de urgência quando se acidentou. Ele caiu da carreta em que trabalhava, de uma altura de aproximadamente quatro metros e foi socorrido pelo Samu.
“Eu quebrei as costelas quando caí da carreta, uma altura de uns quatro metros. ei mal em casa e um vizinho chamou o Samu para mim. Eles vieram, demostraram a maior boa vontade e me levaram com carinho até a Unidade de Pronto Atendimento, cuidando muito bem de mim. O motorista foi espetacular, dirigindo devagar para que eu não sentisse dor no caminho. O atendimento foi maravilhoso e o Samu faz muita falta pra gente nesses momentos de necessidade”, enfatizou.
Contar com profissionais capacitados e que tenham um olhar humanizado para a prestação do socorro às vítimas faz toda a diferença. Leonam Souza é condutor socorrista e instrutor do Núcleo de Educação Permanente do Samu. Ele ressalta a importância desse serviço para a população.
“Muitas pessoas am por situações de emergência e urgência, seja clínica, traumática ou psiquiátrica e, antes do Samu, esse atendimento não podia ser feito. Com a implementação do serviço, nós prestamos o atendimento externo, estabilizamos o paciente, e procuramos ter o menor tempo de resposta possível para encaminhá-lo ao local mais adequado, para que ela receba o atendimento necessário. amos por capacitações mensais e, às vezes, semanais, para prestar um atendimento de qualidade, baseado em protocolos institucionais e mundiais atualizados”, destaca.
Investimentos
O teto do financiamento estadual mensal do Samu 192 Regional é de R$ 23.216.163,58, correspondendo a R$ 278.593.962,96 anuais. O valor efetivamente pago depende do cumprimento das metas por parte dos prestadores.
Com um investimento de R$ 85 milhões do Governo de Minas, entre os anos de 2021 e 2023, a meta é alcançar a cobertura do Samu em 100% dos municípios até meados do próximo ano.
Para proporcionar a prestação do serviço com qualidade e segurança, a frota do Samu está sendo renovada e ampliada. Em 9/11, 47 novas ambulâncias foram entregues aos municípios integrantes de cinco macrorregiões de saúde em Minas Gerais. Desse total, 11 serão Unidades de e Básico (USB) para ampliação de frota do Samu 192 da região Sul de Minas e 36 unidades serão destinadas à renovação da frota. Os veículos foram doados pelo Ministério da Saúde.
As novas unidades móveis vão atender o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência do Leste de Minas (Consurge), Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macrorregião do Sul de Minas (Cissul), Consórcio Intermunicipal de Saúde Nordeste Jequitinhonha (Cisnorje) e o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun). O município de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que possui gestão própria do Samu 192, também receberá uma ambulância de forma direta.
Fonte: Agência Minas Gerais
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