“Saúde mental não é mercadoria”: Vereadora Kell Silva se posiciona contra privatização do SERSAM em Divinópolis

Durante discurso na tribuna da Câmara Municipal nesta semana, a vereadora Kell Silva (PV) se manifestou veementemente contra a possível privatização do SERSAM (Serviço de Referência em Saúde Mental) de Divinópolis. A parlamentar criticou a proposta, destacando que transformar o cuidado em saúde mental em negócio é uma ameaça direta à dignidade, ao acolhimento e à vida de milhares de pacientes.
“Saúde, educação e segurança não são pra dar lucro. Pagamos impostos e isso precisa voltar pra gente. A lógica do cuidado não pode ser a mesma do mercado!”, defendeu Kell em plenário.
Para a vereadora, a privatização compromete a transparência, a fiscalização e a eficácia dos serviços, prejudicando diretamente a população que mais precisa. Ela destacou ainda que terceirizar esse tipo de atendimento fere os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que prevê um serviço público, universal, humanizado e gratuito.
Em sua fala, Kell também fez um paralelo histórico com o Hospital Colônia de Barbacena, onde, durante décadas, pessoas indesejadas pela sociedade — como usuários de drogas, mulheres que engravidavam fora do casamento, negros e homossexuais — eram internadas sem critério médico, sofrendo violências físicas, psicológicas e institucionais. A lembrança foi um alerta contra o retrocesso e o apagamento da importância da saúde mental como política pública de cuidado e não de exclusão.
“Privatizar o SERSAM é repetir a lógica do abandono. Não podemos permitir que a saúde mental volte a ser tratada como um assunto superficial. Está na Constituição: temos direito à vida, ao cuidado, ao bem-estar — e isso inclui a saúde mental também.”
A vereadora reforçou seu compromisso com a defesa incondicional do SUS e da saúde pública, e declarou que estará atenta a todos os movimentos relacionados ao SERSAM em Divinópolis. Ela convocou ainda a sociedade civil, profissionais da saúde e usuários do serviço para resistirem coletivamente a mais esse retrocesso.
“Não há cuidado possível onde o que vale é o lucro. O que está em jogo é a vida de pessoas, e não uma planilha de gastos.”
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