Preocupação ou influência?

Ômar Souki
Conversando com um amigo, refletíamos sobre como é importante nos prepararmos bem para ter uma boa noite de sono. Se deixarmos a curiosidade nos dominar e não pararmos de ar as redes sociais e noticiários—que aparecem a cada segundo no celular—acabamos nos dispersando, dormindo tarde e nos levantando mal-humorados. Enfim, nossa preocupação com fatores sobre os quais não temos influência direta detona com a tranquilidade de nosso sono e nos indispõe para o dia seguinte. Mas, se pelo contrário, antes de irmos para a cama, fazemos uma boa leitura e depois uma prece ou um pouco de meditação silenciosa, teremos um sono tranquilo que irá nos garantir um dia seguinte mais produtivo e satisfatório.
A opção de colocar o celular de lado, pelo menos meia hora antes de dormir é altamente salutar. Eu não acho fácil fazer isso, pois quero “aproveitar” até o último minuto das informações que chegam sobre o que está acontecendo mundo afora, ou ver o que meus amigos do Facebook ou do Instagram andam fazendo. Da mesma forma, pela manhã tenho de me conter para não sair correndo e ligar o celular novamente. Se eu não tivesse me controlado, não estaria aqui, agora, escrevendo sobre esse assunto. As decisões que eu tomei tanto ontem, de desligar o celular mais cedo, quanto hoje, de não o ligar antes de concluir este artigo, estão me trazendo enorme satisfação, pois estou me sentindo mais proativo, mais útil.
Algumas perguntas que podem nos ajudar a ser mais proativos são as seguintes:
Onde tenho colocado mais a minha atenção, naquilo que posso modificar, ou em coisas sobre as quais tenho pouca ou nenhuma influência?
Onde e como quero estar daqui a 10 anos?
Quais são os hábitos que me deixam mais saudável, produtivo e feliz?
Como poderei me transformar em uma pessoa mais agradecida e menos crítica?
Com que tipo de pessoas gosto mais de me relacionar (reativas ou proativas)?
Como posso contribuir para um mundo melhor?
Como eu gostaria de ser lembrado depois desta vida?
Navegamos entre duas dimensões bem definidas: a das preocupações e a da influência. Uma é comandada por estímulos externos—coisas sobre as quais temos pouca ou nenhuma influência direta—e a outra, por estímulos internos: decisões pessoais que resultam em uma vida mais saudável, produtiva e satisfatória. Nosso foco mental é o alimento de uma ou de outra dimensão, isto é, quanto mais tempo amos na zona de preocupações, menor será a nossa permanência na zona de influência, e vice-versa.
Dependendo da nossa decisão sobre em qual desses dois oceanos iremos navegar, teremos mais ou menos controle sobre o nosso destino. Se não agarramos com firmeza o leme do nosso barco, poderemos chegar a portos indesejados.