Sodoma e Gomorra

Ômar Souki
O profeta Isaías, que viveu 700 anos antes de Cristo, compara a situação da Jerusalém de sua época com a das cidades de Sodoma e Gomorra: “Vejam como a cidade fiel se tornou prostituta! Antes cheia de justiça e habitada pela retidão, agora está cheia de assassinos! Sua prata tornou-se escória, seu licor ficou aguado. Seus líderes são rebeldes, amigos de ladrões; todos eles amam o suborno e andam atrás de presentes. Eles não defendem os direitos do órfão, e não tomam conhecimento da causa da viúva. Por isso o Soberano, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel, anuncia: ‘Ah Derramarei minha ira sobre os meus adversários e me vingarei dos meus inimigos. Voltarei minha mão contra você; tirarei toda a sua escória e removerei todas as suas impurezas. Restaurarei os seus juízes como no ado; os seus conselheiros, como no princípio. Depois disso você será chamada cidade de retidão, cidade fiel’. Sião será redimida com justiça, com retidão os que se arrependerem. Mas os rebeldes e os pecadores serão destruídos, e os que abandonam o Senhor perecerão” (Isaías 1, 21-28).
Em um texto anterior a esse, o mesmo profeta aponta a solução para Jerusalém: “Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista as maldades que vocês praticam. Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos—diz o Senhor. Ainda que seus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como a neve; ainda que vermelhos como escarlate, ficarão como a lã. Se vocês tiverem dispostos a obedecer, comerão os frutos da terra; mas se vocês recusam e se revoltam, serão devorados pela espada. Assim fala a boca do Senhor” (Isaías 1, 16-20).
Basta acompanhar as notícias pela mídia social e veremos nessas agens tão antigas o retrato da situação atual do nosso próprio país: “Seus líderes são rebeldes, amigos de ladrões; todos eles amam o suborno e andam atrás de presentes”. Como algo escrito há dois mil e setecentos anos pode descrever de forma tão acurada o que vivemos hoje? Se eles não se emendarem, o que, sinceramente, acho pouco provável, haverá um castigo implacável: “Derramarei minha ira sobre os meus adversários e me vingarei dos meus inimigos. Voltarei minha mão contra vocês; tirarei toda a sua escória e removerei todas as suas impurezas. […] Os rebeldes e os pecadores serão destruídos, e os que abandonam o Senhor perecerão. […] Se vocês tiverem dispostos a obedecer, comerão os frutos da terra; mas se vocês recusam e se revoltam, serão devorados pela espada”.
A solução para o nosso Brasil parece tão simples: “Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista as maldades que vocês praticam. Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos—diz o Senhor. Ainda que seus pecados sejam vermelhos como púrpura, ficarão brancos como a neve; ainda que vermelhos como escarlate, ficarão como a lã”. Caso não aconteça esse milagre de conversão, a nossa esperança é a justiça divina.