Minas Gerais

ViagensPromo é alvo de denúncias de agências de turismo

Falta de pagamento a hotéis e companhias aéreas leva a cancelamentos de pacotes de viagens, deixando pequenas empresas no prejuízo..

A crise na ViagensPromo, operadora de turismo que atua como intermediária na venda de agens aéreas e reservas de hospedagem, deixou centenas de pequenas agências de viagens mineiras no prejuízo. Em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na terça-feira (29/4/25), representantes do setor reclamaram da postura da empresa, que deixou parceiros na mão. A reunião foi requerida pelo deputado Professor Cleiton (PV). Na venda de pacotes turísticos, as agências de viagens pagaram integralmente os valores das reservas de seus clientes à ViagensPromo. Mas a empresa não honrou os pagamentos aos fornecedores, como hotéis e companhias aéreas. Com isso, muitos consumidores tiveram reservas canceladas e recorreram às agências de turismo, que tiveram que arcar com os custos de hospedagens e bilhetes aéreos. Representantes das agências alegam que a ViagensPromo não forneceu nenhum e a clientes e parceiros. Somente em Minas Gerais, pelo menos 200 agências teriam sido afetadas, com um prejuízo total da ordem de R$ 5 milhões. As informações são de Camila Scarabelli, que representa o Movimento Organizado dos Agentes de Viagem, constituído após o início da crise da empresa.

“O que está em jogo não é apenas a sobrevivência de milhares de famílias de agentes de viagens, mas a credibilidade de um setor inteiro. Hoje foi a ViagensPromo. E amanhã, qual será?”, questionou Scarabelli, que é dona da Adejo Viagens, de Belo Horizonte. Segundo ela, a situação de muitos agentes é crítica, e alguns tiveram de vender casa e carro para honrar pacotes comprados por clientes. Um dos agentes com prejuízo é Hamilton Antunes Saliba Júnior, sócio da Saliba Viagens, de Divinópolis (Centro-Oeste de Minas). Diante dos atrasos nos pagamentos, ele chegou a ir a São Paulo para conversar com o dono da ViagensPromo, Renato Kido, que teria lhe garantido o pagamento das dívidas.  Para honrar o compromisso com seus clientes, Saliba acumula dívidas de R$ 300 mil. “Não sei o que fazer. Não tenho de onde tirar esse dinheiro. Tive que fazer um empréstimo para conseguir sobreviver. Quantas noites de sono nós perdemos!”, desabafou, emocionado.  Na IBR Turismo, de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), o gestor Fernando Alves de Moura estima os prejuízos em R$ 450 mil. Ele garantiu a reacomodação de todos os consumidores que compraram pacotes da ViagensPromo. “Nem uma fotografia deixará de ser tirada por nossos clientes em férias, porque vamos honrar todas as viagens que vendemos”, afirmou.

Deputados defendem agências de turismo

O deputado Professor Cleiton defendeu mudanças na legislação do turismo, que impõe a chamada responsabilidade solidária aos agentes de viagens, obrigados a arcar com os compromissos não honrados por operadoras como a ViagensPromo. “O pequeno agente não pode ser responsabilizado pelo erro cometido por uma grande empresa”, argumentou. O parlamentar ainda defendeu uma articulação entre o Ministério do Turismo e a Embratur para a criação de um fundo garantidor, que dê amparo aos agentes de viagens. A deputada Lohanna (PV) contou que acompanha em sua própria família o drama dos agentes de viagens prejudicados pela ViagensPromo. Ela também defendeu mudanças na legislação, de modo a limitar a responsabilidade das pequenas agências de turismo, sem prejudicar consumidores. Por sua vez, a vice-presidenta da Comissão de Defesa do Consumidor, deputada Carol Caram (Avante), defendeu a responsabilização da ViagensPromo por fraude e estelionato. Na sua avaliação, o Poder Judiciário precisa ser mais enérgico na punição dos donos das empresas, que deveriam ter sua autorização de funcionamento suspensa ao lesarem consumidores.

Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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